quinta-feira, 19 de março de 2009

Iron Maiden: Resenha do show no Rio (Apoteose, 14/03/09)



Após passar o dia de baixo de sol, mesmo com as ameaças de chuva que só chegou de fato mais tarde, finalmente chegou a hora dos portões se abrirem. Só que infelizmente, como em todo evento que envolve grande público no Brasil, fomos desrespeitados. Foi um festival de falta de consideração os fãs que estavam ali para prestigiar a Donzela desde cedo. Pessoas furavam a fila descaradamente, fazendo com que ela engordasse consideravelmente e quando os portões foram abertos, com quase 1 hora de atraso, houve bastante empurra e empurra e pessoas passando mal. Depois de todos foram obrigados a correr a Sapucaí inteira parando somente para a revista e para deixar o ingresso. Tudo seria mais fácil com um melhor monitoramento da situação, mas não é o que acontece.

Já lá dentro, consegui um bom lugar perto da grade. Estaria bem perto do palco se não fosse pela famigerada “pista vip” que os organizadores inventaram para ganhar mais dinheiro (custando quase o dobro da pista comum). Mas uma cena de descaso aconteceu pouco depois da chuva. Todos que estavam encostados na grade tomaram choque, provavelmente gerado por alguma falha no equipamento, ainda bem que ninguem precisou ser socorrido.

Agora vamos ao que interessa, ao show! Que teve como banda de abertura a filha do baixista Steve Harris. A bela Lauren Harris que tem um repertório de hard/pop rock, subiu ao palco as 20:30h. Ela só não foi vaiada por dois motivos: por ser herdeira do líder do Maiden e segundo por causa do show a parte que o guitarrista da banda dela deu, tocando com bastante personalidade e arrancando aplauso da pláteia que aguardava a grande atração da noite.

E um pouco depois das 21:30h da noite, as luzes se apagam e o som de “Doctor, Doctor” do Ufo (grande influência no começo do Iron) começam a aparecer imagens dos bastidores da “Somewhere Back in Time” nos telões ao lado do palco. Logo depois começa a clássica intro com o discurso de Winston Churchill, primeiro ministro inglês na época da segunda guerra. No telão imagens dos caças britanicos em ação, era o prenúncio para “Aces High”, que levou todo mundo ao delírio. Foi até dificil ouvir o Bruce cantando, pois naquele momento toda platéia cantava junto esse clássico. Depois foi a vez de “Wrathchild”, que estava de fora na primeira parte da turnê ser executada, animando ainda mais a galera com o seu empolgante refrão. Bruce cumprimenta os fãs com o seu inconfundivel “Scream for me Rio de Janeiro” e logo eles emendam outra porrada: “Two Minutes to Midnight”.

Em seguida mais dois clássicos que voltaram ao setlist nessa turnê, “Children of the Dammed” uma das primeiras baladas da banda e “Phantom of the Opera”, que foi gravada pelo antigo vocalista Paul Dianno, mas ficou bem mais charmosa com os vocais do Bruce. É legal ver como a banda conseguiu encaixar bem os três guitarristas nas músicas antigas, sem que um tome o espaço do outro. Quando o fundo do palco mudou para a imagem do Eddie vestido de soldado e com a bandeira do Reino Unido todos sabiam o que estava por vir: “The Trooper”. Com a já clássica encenação do Bruce correndo para lá e pra cá (algo que ele faz o show inteiro) com a bandeira britânica e vestido assim como o mascote do Iron Maiden. Depois foi a vez de mais um clássico de arrepiar “Wasted Years”.



Bruce anuncia que a próxima música seria sobre o conto sobre um marinheiro e um albatroz, enquanto isso o fundo muda para o convês de um navio antigo. Era a vez da belissima “Rime of the Ancient Mariner” e seus quase 15 minutos de duração ser executada, mesmo assim cantada palavra por palavras pela multidão. Mais uma vez o Bruce muda o figurino, usando um sobretudo escuro para interpretar o velho marinheiro da canção.

E assim como nos tempos da World Slavery Tour, na sequência foi tocada Powerslave, com Bruce usando uma mascara semelhante que usava naquela época (confiram só no Live After Death). Destaque também para os efeitos pirotécnicos, entre eles uma labareda de fogo surgindo perto do vocalista no começo da canção. Com a galera extasiada foi a vez de uma das músicas mais queridas da banda: “Run to the Hills”, cantada a plenos pulmões principalmente na hora do refrão.

Tudo ficou escuro, mas ninguem ficou com medo. “Fear of the Dark”, que foge um pouco da idéia da turnê que é tocar os clássicos da década de 80, mas os fãs nem se importaram, fazendo o tradicional tradicional coro “oooooooooo” durante a parte calma e lenta da música. Em seguida foi a vez de “Hallowed be thy Name” e para fechar com chave de ouro, a música que leva o nome da banda: Iron Maiden. Com um imenso sargofago ao fundo do palco. Quandos todos se perguntavam se o tradicional boneco do Eddie ia dar as caras no show, eis que ele surge de dentro deste sarcofago, gigantesco em sua forma de múmia e soltando fogos pelos olhos ao final da canção.

Os integrantes vão saindo um a um e se despendindo do público, final do show? Não, é hora do bis. E eles voltam em grande estilo tocando “The Number of the Beast”. Mais uma inovação no palco foram as seis labaredas, três de cada lado, subiam cada vez que o refrão era cantado. Na sequência eles emendaram com “The Evil that men do”, outro clássico que andava de fora do set. E para fechar, dessa vez pra valer, “Sanctuary”. Durante a música teve a tradicional parada e conversando com o público, Bruce confirmou que a banda pretende gravar um novo álbum ano que vem e que voltará ao Brasil em 2011.

Com certeza todos já estão contando as horas para esse próximo show, mas sem esquecer a noite desse dia 14 de março de 2009. Que com certeza foi histórico assim como o primeiro show deles no nosso país, no primeiro Rock in Rio em 1985 e o da terceira edição do mesmo festival em 2001.

Setlist


1. “Churchill's Speech”/"Aces high"

2. "Wrathchild"

3. "2 minutes to midnight"

4. "Children of the damned"

5. "Phantom of the opera"

6. "The trooper"

7. "Wasted years"

8. "Rime of the ancient mariner"

9. "Powerslave"

10. "Run to the hills"

11. "Fear of the dark"

12. "Hallowed be thy name"

13. "Iron Maiden"



BIS



14. "The number of the beast"

15. "The evil that men do"

16. "Sanctuary"



Integrantes:


Bruce Dickinson - Vocal

Steve Harris - Baixo

Dave Murray - Guitarra

Adrian Smith - Guitarra

Janick Gers - Guitarra

Nicko McBrain - Bateria




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